domingo, 14 de junho de 2009

Polêmica: Em defesa dos direitos LGBT e contra a homofobia

Coordenador da Parada do Orgulho Gay em Belo Horizonte, Carlos Magno conversou com o Magazine sobre a polêmica na Câmara. O projeto está emperrado há mais de uma semana na pauta da Casa e será acompanhado de perto pela militância LBGT. “Vamos estar lá até esse projeto ser votado”, afirma.

Qual a opinião do movimento sobre essa polêmica? Como fica a percepção do movimento frente a essa indecisão da Câmara?
Desde o início eles estão manobrando para que o projeto não passe. Não existe inconstitucionalidade, o que existe é uma questão religiosa. É lamentável que eles estejam preocupados com outras coisas, em vez de estar a serviço da cidade de Belo Horizonte. Na hora de pagarmos nossos impostos, nossa opção não importa. Mas na hora de reclamar nossos direitos somos segregados. Tivemos recentemente a declaração pública do vereador Divino Pereira (do PMN), que não se manifestou contra o projeto, ele declarou que é contra o nosso movimento. Disse que votou contra e votará contra outra vez se o projeto voltar. Ele se preocupa mais com a questão religiosa que com a questão social.

Isso muda algo na parada deste ano?
A parada vai acontecer, independentemente de qualquer coisa. E é importante destacar que essa já é a 12ª parada, que tem um histórico de tranquilidade. Ela é pacífica, mesmo sendo uma questão de posicionamento político e social. Ela não traz problemas, ela é benéfica à cidade. O que temos é uma lista dos vereadores homofóbicos e estamos preparando os cartazes para protestar contra esses que se posicionaram contra.

Qual a importância da Parada para a cidade?
Além da questão social, ela gera recursos para a cidade. Os hotéis ficam lotados, as pessoas se divertem, consomem. E a imagem da cidade também entra nisso, porque já existe uma cobertura especializada da imprensa. As comemorações começam em São Paulo (a parada da capital paulista acontece amanhã), depois vem a nossa, seguida pela do Rio de Janeiro. E todas elas mobilizam caravanas turísticas. Todos ganham com a parada, o movimento e as cidades.

Qual a dimensão do movimento LGBT em Minas Gerais?
Ano passado tivemos 25 paradas registradas pelo movimento estadual, mas existem cidades em que o evento acontece fora da organização do Estado. Diria que hoje temos entre 25 e 30 paradas em Minas por ano.

Qual evento reúne mais gente, o de Belo Horizonte ou o de Juiz de Fora?
Ficamos nessa disputa saudável (risos). Mas o importante para nós não é o número de pessoas. A capital tem uma importância por ser a referência do Estado. Ela tem que atingir seu objetivo, que é pautar a discussão dos direitos LGBT e combater a homofobia. A parada, mais que um evento nosso, precisa ser um evento da cidade.

Matéria publicada no Jornal "O TEMPO" por Igor Costoli, dia 13 de junho de 2009.
Link: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=113138

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