Nas manifestações de 7 de
setembro, em Belo Horizonte/MG, 56 pessoas foram presas de maneira aleatória e
arbitrária, muitas delas sendo torturadas, espancadas e violentadas em seus
direitos. Destas 56, até essa noite de domingo (8/9), pelo menos 11 ainda estão
presas e sendo indiciadas por “formação de quadrilha”, “desacato a autoridade”
e “resistência à prisão”. Entre elas está Leonardo Martins que foi detido e
espancado covardemente por vários policiais militares na Praça da Liberdade.
Depois de espancado a cacetadas e ferido, foi
arrastado pelos seus dreads e
colocado dentro de uma viatura donde foi levado do local.
O CELLOS-MG denuncia e repudia as
ações repressoras e altamente violentas da Polícia Militar de Minas Gerais
(PMMG) que utiliza bombas de gás, spray de pimenta, bombas de efeito moral e de
gás lacrimogêneo contra manifestantes. O objetivo é muito claro: oprimir e
silenciar a população que vai às ruas pedir justiça e que seus direitos sejam
respeitados. Esta mesma opressão é utilizada cotidianamente nas favelas contra
a população mais pobre, assim como tem como seu principal alvo homens e
mulheres negras. Repudiamos a falta de identificação do BOPE que se esconde
atrás de capacetes e máscaras e de parte da PM que retirou a identificação das
fardas. Repudiamos também a arbitrariedade das proibições de uso de máscaras e
outras formas que os manifestantes se valem para se protegerem do gás
lacrimogêneo que é rotineiramente lançado pela PM nas manifestações.
Por fim repudiamos os atos das
polícias de vários estados que agiram com excessiva violência contra os
manifestantes neste 7 de setembro. Foi assim em SP, onde o jovem Vitor perdeu a
visão no olho direito. Ou no DF, onde o Capitão Bruno, do Batalhão de Choque,
ao ser perguntado por que havia jogado o gás contra manifestantes pacíficos, que não tinham
ultrapassado os limites impostos pela PM, respondeu: "Porque eu quis. Pode
ir lá e denunciar, tá bom? Capitão Bruno, BP Choque". Vejam o vídeo em: http://www.anonymousbr4sil.net/2013/09/porque-eu-quis-diz-pm-questionado-por.html#.Ui0b8tKORac
Vê-se com estas ações que as PM
agem, a mando dos governantes, de forma a inibir qualquer tipo de manifestação.
Mas a população brasileira, a juventude brasileira não deve se intimidar. Tudo
apenas começou e a luta deve continuar até que tenhamos mudanças concretas. Só
sairemos das ruas quando o Brasil for um país verdadeiramente democrático, onde
haja justiça social, onde não haja racismo, transfobia, homofobia, machismo ou
qualquer outro tipo de exclusão. Convocamos então todxs LGBT, movimentos sociais e população de BH
para se solidarizarem com os presos e repudiar a
repressão violenta das polícias contra os manifestantes.
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